segunda-feira, 20 de junho de 2011

O primeiro passo...

Os filósofos de botequim sempre bradaram em seus adágios que “toda longa caminhada se inicia com primeiro passo”. Partindo dessa premissa coloco-me aqui diante do inicio desta jornada; assim como caminharemos lado a lado (se assim você permitir), nada mais justo do que uma breve apresentação:

Nasci na cidade de Santo Andre, São Paulo, um pouco antes da anistia política promovida no período final da ditadura militar no Brasil, e apesar da pouca idade, o borbulho dos acontecimentos já chamava minha atenção. Desde cedo fui estimulado a não reprimir minha curiosidade, e sempre ir atrás da informação (sem palavras para expressar minha gratidão aos meus pais por esta característica marcante da minha personalidade).


Aos 18 anos de idade ingressei na Universidade Estadual Paulista, sendo assim apresentado ao mundo acadêmico, surgiu a minha frente um universo de possibilidades e informações que me sugaram para um mundo completamente novo e fascinante, o mundo do conhecimento. Nesta época, internet era privilégio de poucos, celular era luxo e o máximo para um pretenso pesquisador era possuir uma máquina de escrever elétrica. Aos 23 anos dei inicio ao meu curso de Mestrado, na mesma universidade, concentrando meus esforços na compreensão do processo de carcinogênese, um assunto que me despertava (e desperta) uma absurda curiosidade, uma vez que meu histórico familiar não é dos melhores. Este mundo molecular me apresentou uma realidade de moléculas, de respostas bioquímicas e de reações orgânicas a agentes externos. O corpo reage ao mundo na mesma proporção que o mundo reage ao Homem.


Paralelamente, um fato chamou minha atenção, minha mãe, uma sobrevivente a um agressivo câncer de mama, nunca esmaeceu durante o processo de tratamento, e vira e mexe Dn Vera comentava que se tratava de uma questão de atitude, me marca a primeira conversa após sua cirurgia:


- Filho, era câncer?


- Sim mãe – respondi com um nó na garganta, e ainda mais tremulo expliquei que lhe haviam removido a mama.


Apreensivo pela reação que minha mãe esboçaria, ouço um riso contido e a frase (que se tornou clássica em minha família)


- Essa "po--a" não vai me derrubar! E me segura, agora além de desbocada eu estou despeitada!


E nós dois caímos numa gargalhada repleta da tensão que se seguiria durante o tratamento. Pra minha surpresa, esta atitude nunca mudou. Positivismo a toda prova, até nos dias de hoje, 11 cirurgias depois.


Experimentei uma sensação, que no primeiro momento me fez descrente, mas algo no fundo me dizia: ATITUDE! Se molercularmente, o corpo reage ao mundo como na carcinogênese, será que o corpo não reagiria em resposta a nossas atitudes, pensamentos, frustrações, desejos?


Bom, se isso você uma verdade, o contrario também poderia ser verdade! Pronto, minha curiosidade foi cutucada e contaminada por uma premissa que rege até hoje os meus atos: “qual o limite mente, cérebro e corpo? Quem joga os dados”


Isso me levou a trilhar as mais diversas linhas e filosofias em um mundo em plena mudança...


De fato o mundo mudou muito de la pra cá, hoje vivemos uma realidade em que a informação flui na velocidade dos acontecimentos, pesquisar ficou fácil, temos à disposição todo tipo de informação com as mais variadas qualidades. O mundo ficou pequeno e o tempo curto diante de tude que existe para ser pesquisado porém, aos meus olhos, este pretenso progresso afastou o “grande publico” da verdadeira ciência, nos tornamos escravos da ditadura imposta pela disputa entre duas ou três emissoras de televisão, ciência passou a ser o que é divulgado em “Jornal Nacional” e isso me despertou um ímpeto hercúleo de desmistificar e popularizar a Ciência de maneira consciente, mostrando que ela é para todos e não para um grupo seleto de Eruditos acadêmicos; e mais ela ocorre o tempo todo...o mundo é CIÊNCIA.


Me tornei a coletânea das minhas experiências, acadêmicas e pessoais, e me permiti o uso das “Sinapses Semânticas” onde cada um de nós é um neurônio que se une a uma rede de infinitas informações que com base cientifica buscara respostas, seja lá onde elas estejam.


Nos dias atuais, após alguns tropeços, encontro-me residente no Maranhão, e leciono, pesquiso e motivo alunos na UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, trabalhando as disciplinas de Bioquímica, Biofísica e Embriologia (projeto PARFOR do MEC), sendo ex professor de Fisiologia, Histologia, Patologia e varias outras “logias” a mais, que compuseram as notas do meu repertório.


Dentro de uma Linha de Pesquisa com os amigos e irmãos, Marcelo Donizetti Chaves e Marcelo Soares dos Santos (carinhosamente tratados por Marcelos), iniciamos projetos dentro da “Neurofisiologia Comportamental e Neurociências” (minha paixão pessoal), projetos estes que incluem este BLOG que você acessa neste momento que tem a pretensão de derrubar alguns mitos e explicar muitas curiosidades sobre a orquestra celular que toda a sinfonia do corpo Humano.


Em um momento próximo, mais precisamente nas próximas postagens, me comprometo a falar menos de mim e mais de ciência, embora tenha observado a necessidade desta breve e despretensiosa apresentação!


Antes de iniciarmos nossa jornada, a qual você esta convidado a caminhar conosco, alguns agradecimentos se fazem necessários:

- aos meus pais por todo incentivo e pelo conhecimento


- a minha esposa Carla pela motivação


- aos Marcelo Soares e Marcelo Chaves pela colaboração, apoio e tudo que não cabe aqui


- aos alunos, anjos, designers e colaboradores Bruna Matos e Eduardo Guilherme, sem eles este Blog não existiria!






Meu humilde porém sincero: muito obrigado (por enquanto)

2 comentários:

  1. mt legal a iniciativa! "enfim no ar"
    vendo de perto tudo q vai rolar por aqui!

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  2. ^^ estou ansiosaaaaaaa pra aprender, apreender e compartilhar! #jáésucesso!

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